Eu estou esperando o terceiro filho, mas me pego pensando se ainda lembro de tudo, se vou conseguir ser mais relaxada, ou se depois de tantos anos, vai ser como começar tudo outra vez.
Primeiro filho é muito tenso. A gente não sabe de nada, por mais que leia, estude, faça cursos, quando o bebê chora é um desespero. Tudo é novidade, o primeiro banho, primeira mamada, primeira papinha, primeira vacina, primeiro dia de escola, etc. No segundo a gente tira mais de letra, mas tem que dividir a atenção com o filho mais velho. Dessa vez, meus filhos estão crescidos, um vai se casar em julho, o outro mora em São Paulo, onde estuda e trabalha. Quer dizer, só vamos ter um bebê em casa. Escuto muita gente falando que tudo está mudado, que tudo está diferente agora. Pra melhor, ou pra pior? Será que vai ser como a primeira vez? Vamos ver...
Minha barriga essa semana cresceu e apareceu, vou tirar foto pra vocês verem... a cada dia fica mais real! A cada dia minha vida vai mudando, meu corpo vai mudando e eu vou relembrando coisas que vivi e estavam adormecidas na mente.
Um filho muda toda a rotina da casa, muda toda a nossa vida, dá muito trabalho, mas é muito recompensador!
Pra você que está esperando seu primeiro filho, eu li um texto muito legal sobre no site guiadobebe, segue aqui:
A vinda do primeiro filho
Mudanças na Vida do Casal
Como evitar que as dificuldades naturais desta etapa influenciem negativamente a vida
da futura família que se inaugura? Parece haver um consenso, pelo menos por parte daqueles que já passaram pela
experiência, de que a chegada do primeiro filho mobiliza muito mais do que a dos
outros que vêm a seguir. Trata-se de uma mudança de status radical na vida do
casal. Eles dão um salto para uma nova etapa do seu desenvolvimento e avançam
uma geração. Inaugura-se um nova família: Homem e mulher têm novos papéis a desempenhar e novas responsabilidades a assumir como pai e mãe. Deixam de ser cuidados pela geração mais velha, para serem cuidadores de uma geração mais jovem.
No entanto, não é somente a vida do casal que passa por transformações. Toda a
família de origem também acompanha este processo. Há uma grande movimentação no
campo emocional e todos mudam de status. Cada qual tem um novo papel a exercer.
Quem não era, agora passa a ser avô, avó, tio, tia, etc...
Neste meio tempo, surge a necessidade do casal se organizar para encarar as demandas
da nova etapa.
Ouvimos normalmente as pessoas falarem sobre chá de bebê, quarto, berço e tantas outras
providências práticas. No entanto, raramente ouvimos sobre as tarefas familiares
que o casal tem a cumprir para ultrapassar esta etapa com sucesso e que são
fundamentais para estruturar as bases do relacionamento da nova família,
permitindo um desenvolvimento sadio aos seus membros. Vamos a elas:
- não existe manual que ensine
como ser pai e como ser mãe. Cada um dos pais viverá, ao seu tempo e ao seu
modo, a oportunidade ímpar de desenvolver este aprendizado através da construção
da relação com o próprio filho. Deverão aprender a colocar limites e a exercer a
autoridade necessária. O casal deverá tomar cuidado para não criticar um ao
outro, ou mesmo influenciar na construção da relação que, no caso de pai/filho e
mãe/filho, é tão somente a dois; deverá abrir espaço e tempo para intimidade
entre as díades pai/filho, mãe/filho, homem/mulher, e também para o grupo pai,
mãe e filho como família. Cada um dos membros aprenderá sobre esta noção de
fronteiras das relações e aprenderá a respeitar seus limites. É como se fosse
uma dança que flui, individual, a dois, a três, e até em ciranda de grupo,
quando estão com as famílias de origem.
- tanto o homem quanto a mulher trazem de suas famílias de origem um modelo de educação que envolve hábitos,
comportamentos, atitudes, cultura, etc. Podemos dizer que este modelo que cada
um traz consigo forma uma bagagem de vida, que a todo e qualquer momento deve
ser revista conjuntamente, pois são muito diferentes uma da outra. Quando os
dois conseguem perceber e aproveitar o que há de melhor em cada uma das duas
bagagens para formarem uma terceira, passam a não ter mais necessidade de
disputar sobre qual é aquela que educa melhor, se a do homem ou a da mulher. E
aí sim, os dois estarão construindo o modelo da sua nova família, para através
da sua cumplicidade, dar o melhor e mais precioso presente para seu filho: uma
referência única para que ele se sinta seguro e siga o caminho do seu
desenvolvimento de maneira saudável.
Apresentamos, a seguir, as tarefas das famílias de origem. Por que não? Se elas também são
influenciadas com a chegada do bebê, nada mais justo do que cumpram algumas
tarefas, muito simples de se descrever, porém muito difíceis, sob o ponto de
vista de cada um dos envolvidos, de se executar. Vamos a elas:
- cabe aos avós passarem para uma
posição secundária, de maneira a permitir que seus filhos, agora pais, exercitem
a principal autoridade paterna e materna, ou seja, respeitar as fronteiras do
casal, na qualidade de pais, e da nova família.
- Cabe aos avós, irmãos, tios e
primos dos novos pais estabelecerem uma relação carinhosa com a criança, fazendo
parte deste período de transição em que a intimidade é permitida, porém, sem a
carga de responsabilidade que a paternidade/maternidade requerem.
Portanto,
é fundamental que o casal se organize e se adapte às novas circunstâncias desta
etapa, para atingir o equilíbrio necessário ao desenvolvimento saudável da nova
família. Se surgirem dificuldades, há que se buscar a orientação e os serviços
de um profissional especializado.